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Quando uma pessoa, qualquer pessoa, senta com você [e esse você é genérico!] para falar da vida de quem quer que seja, e você escuta, e você acredita, e você se assusta, e você leva o assunto a terceiros, quartos e quintos, fazendo uma corrente de maledicência, mesmo sem se dar conta do fato, mesmo sem malícia, apenas ouviu, acreditou e expandiu;  você não se ateve ao fator mais importante nesse tipo de ‘evento’:
O especialista em vidas alheias!

Se parasse pra pensar alguns minutos sobre o ‘escutado’, perceberia que soube bem mais de quem lhe falou do outro, do que do outro propriamente dito. Principalmente se quem foi o alvo do falatório nunca lhe separou de grupos, ou bateu na sua porta, para lhe dar o último boletim informativo da vida de quem quer que seja.

Você descobriu, se parou para meditar os minutinhos indicados, que quem lhe levou fatos tem o péssimo hábito da maledicência [e aí entra inclusive fatos verídicos, pois a vida dos outros pertence aos seus donos, seja verdade ou seja mentira, qualquer informação a respeito de terceiros, que não estão presentes, demonstra o péssimo caráter de quem faz o feio papel de rádio corredor nessa vida já tão complicada]. Descobriu também que quem fala de quem está ausente, falará, com toda a certeza, de você, na sua ausência, pois maledicência é vício que precisa de muita força de vontade para ser combatido. Quem pode garantir que quem leva ‘a’ você não levará ‘de’ você?…
Assuma o risco então e bola pra frente!

Descobriu também, além da maledicência, a inveja embutida, o despeito, o ressentimento disfarçado no “olha, menina, você não sabe da última!”

Quem conta fatos [ou – criativo – inventa], e enche a boca pra ruminar e vomitar vidas alheias, precisa de piedade, tratamento sério e levado à risca, remédios que não se vendem em farmácias e, o mais importante, uma boa dose de ajuda para se readaptar ao mundo.

Sei um mantra ótimo, costuma ajudar na cura se repetido todas as manhãs, logo ao se levantar da cama. Passo sem cobrar consulta: _Só por hoje, Senhor, tentarei não falar nem mentiras nem verdades da vida dos meus companheiros de jornada, mesmo daqueles com os quais não vou com a cara e nem com o resto, mesmo dos que não me são simpáticos por motivos diversos… Só por hoje, Senhor!

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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