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De certo, o tempo nada mais é que uma condição abstrata vivida em cada ser. Arriscaria até dizer que ele, o tempo, é exatamente aquilo que o poeta Barata certa vez afirmou: “o tempo tem tempo de tempo ser; o tempo tem tempo de tempo dar…”. E cá em Óbidos, esse mesmo tempo se traduz num tempo abstrato ainda maior.
Cidade tranquila. Calma, calmamente. O tempo parece ter escolhido a cidade para dar um cochilo à beira de uma sombra qualquer às margens do amazonas. Aqui o dia amanhece lento, sem correrias, sem agitação grande. Apenas o vai e vem proporcional ao espaço.
Calmamente, a pequena agitação cresce no decorrer do dia. Nada de mais. Entre as ruas estreitas do centro histórico pessoas seguem seus caminhos. O comércio não tem aquele balburdio de propagandas na busca desenfreada por consumidores. Ah! Esqueci-me de mencionar: o sol, vezes, acorda preguiçoso; noutras, de supetão, arde em fogo fazendo o caboclo despertar logo da cama.
Cidade amazônica. Tempo amazônico. Tempo de morte e vida do rio… cheia e vazante. Tempo em que aprecio as mudanças paisagísticas, as dificuldades de ribeirinhos e citadinos. Tempo em que caminho pela beira apreciando, aos domingos, o pequeno fluir de rabetas e bajaras pela frente da cidade. E além de embarcações, pessoas caminham celebrando o pôr do sol num verdadeiro poema Drummondiano.
Assim vivo a meu tempo…
Obs: O autor é poeta e fotógrafo amador. Trabalha na UFOPA / campus de Óbidos.
Foto do autor.