Há coisas bem difíceis para conquistar, mas fáceis de perder ou desperdiçar. Tem gente que tem, mas não sabe. Tem quem procura, mas não acha, porque estas coisas não se acham. É preciso que outros reconheçam. Estas coisas são mais de dentro para fora do que de fora para dentro.
Todos precisam, mas nem todos tem ideia de que só o tempo, a coerência e as atitudes concretas materializam o que buscam. Definitivamente, todo mundo vai construindo um capital político e social em torno de suas intervenções familiares, públicas e sociais. Do maior ao menor, estamos sempre em busca de reconhecimento social. Esta busca é uma das maiores necessidades para afirmarmos nossa própria humanidade.
Tem quem não tem nada a oferecer, mas sempre se apresentam de “prato cheio”. Sempre em busca da melhor oportunidade para satisfazer e preencher o seu próprio vazio. Outros emprestam seu capital social e político para alguém, em troca de algum benefício. O que se conquista individualmente sempre tem um valor ou um preço.
A situação mais delicada acontece quando quem tem certo poder e reconhecimento dos outros não coloca este a serviço da coletividade, do bem comum. Não assume o que construiu com os outros, frustrando-os. Foge, então, das responsabilidades intrínsecas da própria constituição de sujeito social. Como pérolas aos poros, esta pessoa vai desconstruindo a si mesmo e aos que sempre apostaram com ele. Esta aí a maior razão pela qual precisamos de lideranças que tenham nosso respeito, consideração e reverência: nós também somos elas. Estamos imbricados e interconectados nas ações coletivas que fazem cada um verdadeiramente humano. Não somos sozinhos e sozinhos não fazemos nenhuma mudança substantiva neste mundo.
Obs: O autor é professor, escritor e ativista em direitos humanos, desde Passo Fundo, RS.
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