vladblog2011

O fato é, inacreditavelmente, verdadeiro. Eu, mesmo, que dele participei, só acredito porque aconteceu comigo. Senão, não daria nenhuma fé. Conto. Caminhava, no dia 12 de janeiro, no final da tarde, na Av. Dr. Roberto Freire, em Ponta Negra [Natal], ao lado de Cristiane e de Vladimir, com o celular no bolso do short. De volta ao hotel, na referida avenida, passei a arrumar a mala, em função do retorno à Aracaju na tarde do dia seguinte. Depois, banho e jantar, em restaurante ali lindeiro. Foi aí que observei algumas mensagens que, pelo WhatsApp me chegaram: Isso é que é vida! Vida boa (duas vezes, uma acompanhada da imagem de mãos batendo palmas). Então, verifiquei que uma foto minha, da viagem, em Pipa, eu na piscina da pousada, constante do setor de fotos do celular, tinha sido enviada, às 17:41 hs, – justamente quando caminhava – para onze pessoas, entre as quais Helder (filho) e Bosco (irmão).

Pensei, a princípio, numa brincadeira de Pedro ou de Vladimir. Depois, me convenci de estar errado, pela firmeza ostentada por ambos. Foi aí que percebi a uniformidade do horário da remessa das fotos – 17:41 hs -, chegando à conclusão da ocorrência de algo misterioso que, em meio de 2.454 fotos, escolheu uma – a já referida, -, remetendo-a para onze pessoas ao mesmo tempo.

A simples movimentação das pernas, no ato de caminhar, deve ter acionado o celular, para, numa só ação, ensejar a remessa da foto. Foi a conclusão a que cheguei. A escolha dos onze destinatários, uns com os quais mantenho permanente troca de mensagens, outros, esporadicamente, todos com endereços espalhados no meio de quase cinquenta contatos, é que me deixou, como ainda deixa, completamente perplexo, por não encontrar uma resposta satisfatória. De dois fatos tenho absoluta certeza: não mexi no celular no momento da caminhada, nem ninguém o fez naquele exato instante.

É certo que o celular porta um sistema que, quase que permanentemente, se intromete quando a gente passa ou está recebendo mensagem, interferências criadas que, ou se responde negativamente, ou não se consegue continuar a fazer a conduta desejada. No entanto, não sabia que o sistema poderia expedir uma foto, no mesmo exato horário, para onze destinatários, foto escolhida no meio de 2.454 fotos ali armazenadas.

Mandei mensagem depois para todas as pessoas que receberam a foto, deixando claro meu espanto e acentuando minhas desculpas. O chato, no caso, não foi a foto em si, que nada tinha de comprometedor, mas o perigo que todos correm de receber uma foto de nudez e afins, que,   passa, de imediato, a integrar o rol das fotos, podendo, portanto, ser a escolhida foto, sem que o proprietário do celular, ao menos, nem saiba que lhe foi remetida. E se o destinatário for uma mulher, o que há de se pensar da ousadia de quem a remete? Que bronca, hein?!

A divulgação do fato é, em parte, um desabafo, e, em outra, um alerta a todos . (21 de janeiro de 2017)

Obs: Publicado no Correio de Sergipe
 [email protected]
Membro das Academias Sergipana e Itabaianense de Letras. 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]