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Ao passar na porta de algumas escolas estaduais na cidade de Uberlândia, me deparei com atos que, sinceramente, me deixaram com uma “pulga atrás da orelha”. Meia dúzia de adolescentes confeccionava e outros carregavam cartazes com palavras de ordem, pedindo a saída do presidente Michel Temer. Fiquei me perguntando, e, extremamente preocupado, se esses adolescentes estão lutando por espontaneidade, com bases concretas, ou estão sendo influenciados por outros indivíduos a participarem desses atos.

Procurei ouvir dois alunos que estudam em uma dessas escolas e um deles me relatou que foi impedido de entrar na escola, pois, nas suas redes sociais, se pronunciou contra as ocupações, defendendo que o ano letivo está encerrando e essas ocupações só estariam atrasando a conclusão do ano.

Os alunos que se dedicaram no decorrer do ano de 2016 para o Enem estão em risco de terem a prova cancelada, uma vez que as escolas ocupadas seriam utilizadas para a realização da avaliação.
Vivemos em um regime democrático e tais atos são importantes, porém precisam ser pensados, já que outros alunos, que são contra os atos estão sendo prejudicados. Os direitos não são iguais? Então, todas as ideias devem ser ouvidas e respeitadas. Defendo que os adolescentes podem fazer suas manifestações, desde que liberem as salas de aulas aos alunos que desejam concluir o seu ano letivo com êxito.

Mesmo com toda essa democracia, insultos e provocações surgem nas redes sociais e até violência física há entre aqueles que são pró e contra o atual modelo de gestão. Baderneiros vão às ruas e até mesmo dentro das escolas para vandalizar e criar conflitos contra opiniões dessemelhantes.
Enfim, novos atos pró e contra o atual governo já estão marcados e temos que lutar de forma positiva para que possamos agregar valores à luta. Os adolescentes envolvidos precisam estar conscientes sobre o quê e para quê estamos lutando. E o mais importante, é necessário respeitar a opinião alheia.

Obs: Publicado no jornal CORREIO de Uberlândia em 01.11.2016
O autor é estudante de Relações Internacionais.