Temos uma peleja permanente com o tempo. Talvez porque, com o tempo, vamos juntos.Cercamos o tempo em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, decênios, séculos, milênios… anos-luz….
Mas, o tempo não pára e, inexorável, nos escapa…. conosco, sem nós ou contra nós.
Em criança, achamos que o tempo é lerdo; quando adultos, achamos que ele voa.
Para suportar o tempo marcamos o fim; mas, arrependidos, misturamos o fim com o começo e o final vira início. Não tem o fim do fim e tudo vira eterno findar e nascer.
Para consolo, se diz que mais vale o tempo intenso que o tempo cronológico; e que se o fim do tempo fosse descanso, há uma preferência por viver cansado. Todos gostamos de recordar velhos tempos e nos incomoda ter um grande passado pela frente.
O que vale é o presente – o passado já foi presente e o futuro talvez venha a ser.
O certo é aproveitar o presente que passa, pois, o que vale é o tempo vivido e usufruído; o anseio adiado é sempre uma chance perdida…
O momento e o concreto dispensam as saudades? E o prazer perdura sem sonhos?
A Esperança, do verbo esperançar, diz Paulo Freire, pode resolver a equação.
Pobre Pedro pedreiro que espera, espera… espera o filho pra esperar também!!!
Esperançar é viver hoje, inspirado no sabor degustado e na satisfação Ubuntu – a completa felicidade individual só existe na felicidade coletiva.
“Esperançar é ir atrás, é juntar, é não desistir”; “é botar a fé na frente, e remar”…(28/12/2016)