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Já estamos em pleno tempo de advento.  Ele tem sua validade, pela mensagem que transmite, fazendo ecoar em nós a voz dos antigos profetas, e do austero João Batista, nos advertindo que o Reino de Deus está próximo, e que precisamos preparar os caminhos, para o grande encontro com o Senhor da história.

Mas o tempo do advento nos coloca na expectativa de uma grande celebração, que agora nós identificamos como o “Santo Natal”.

Na verdade, a expressão nos reporta ao nascimento histórico de Cristo, acontecido em Belém, cuja repercussão foi tão importante que se tornou referência para o novo calendário, dividindo a história entre “antes de Cristo” e “depois de Cristo”.

Por aí percebemos como este tempo de advento nos confronta com o acontecimento mais importante da história humana, que já se verificou, mas que ainda não se esgotou. O Cristo veio, mas ele ainda virá. O Natal é celebração do passado, mas é igualmente consciência do presente e esperança do futuro.

Para dar-nos conta da densidade deste tempo, precisamos tomar algumas providências, que nos ajudam a perceber a envergadura dos fatos que recordamos e das esperanças que cultivamos. Por isto, o tempo do advento conta com quatro domingos, ao longo dos quais a Igreja refaz a longa espera do Antigo Testamento, e revive as densas expectativas das santas pessoas que protagonizaram os acontecimentos do Natal, como Isabel e Zacarias, Maria e José, e o profeta João Batista.

Além desta sequência de quatro domingos, entremeados com as celebrações diárias, a tradição popular acrescenta um capítulo muito importante, que não pode faltar neste tempo de advento. Trata-se da “Novena de Natal”, que já se tornou costume em todas as comunidades, e sem a qual não acontece o verdadeiro Natal do Senhor.

Feita de muitas maneiras, seja em nove dias seguidos, ou em dias aleatórios que possibilitam ao povo se reunir nas igrejas ou nas casas, a Novena de Natal se tornou roteiro obrigatório para saborearmos o sentido sempre profundo, inesgotável e encantador do Natal do Senhor. Por isto, tempo de Advento é tempo de Novena do Natal!

Obs: O autor é Bispo Emérito de Jales.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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