Encontrava-se sentado numa pedra em cima da montanha mais alta. Dali, sua visão descortinava o vale azul; além, o sol a sumir entre os montes. À luz do poente, o rio serpenteava, reverberando escamas douradas. Contemplação, beleza comovente. Fechou os olhos e respirou fundo: a mente limpa, em paz. A voz que lhe chegou aos ouvidos também era apaziguadora, porém firme. “Estão te esperando. Está na hora de voltar.” Sequer teve tempo de se erguer, porque o braço estranho envolveu-lhe o pescoço, apertando-o, apertando… Quando tornou a abrir os olhos, encontrou à beira da cama a mulher e os filhos, abraçados, sorrindo para ele. Do lado oposto, o médico:
– Não disse que ele voltaria logo?
Obs: O autor é escritor e editor. Também é sócio-proprietário da Editora Penalux.
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