Domingo
Dia triste, como todos domingos sempre são… Telefone toca. Um grande amigo me chama pro aniversário de seu pai. Porra! Aniversário do pai do cara, coisa de família. E o cara acha que eu deveria estar lá.
Aceito o convite e me dirijo ao prédio onde estava ocorrendo a festa. Lá, me sinto muito bem. O aniversariante faz sentir-me em casa. Não existe uma interação muito grande com outras pessoas do ambiente. Mas são todos cordiais. No meio dos participantes está um sujeito estranho: mil tatuagens e adereços, mas parecia ser gente fina. Um sujeito alegre e bem interado com o pessoal. Atende pelo apedido de Sapão.
Quarta-feira
BR 101. Carro em velocidade acima do normal, mas nada diferente da prática ocorrida nas estradas desse país.
Ao que se sabe, uma moto atravessa o pára-brisa do carro de Sapão. Por sorte o companheiro de viagem se abaixa na hora pra procurar um cd, e só se levanta após a pressão do cinto de segurança em seu peito e uma roda desfigurando seu amigo de tantas jornadas.
Sexta-feira
O grande amigo, filho do aniversariante, me traz os fatos: “Sabe Sapão? Aquele cara cheiro de tatuagens que estava no aniversário do meu pai? Morreu. Estava vindo de Natal. Pois é, morreu, cara… Trinta e poucos anos… Foda isso…”
“Como assim?! Que porra é essa, cara?”
Silêncio…
“Viver é uma dádiva fatal
No fim das contas ninguém sai vivo daqui…”