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1 – OS FILHOS DA LUZ
 Lucas 16,1-3

A esperteza dos filhos deste mundo na condução de seus negócios é colocada por Jesus diante da nossa cara, como exemplo e desafio…

Falar, até que a gente fala bem e bonito. Nosso discurso sobre a justiça e a fraternidade, porém, é desacreditado por conta da nossa incapacidade de ação, de eficácia realizadora e transformadora.

Não conseguimos administrar sequer as pequenas coisas do nosso cotidiano, em família, no ambiente de trabalho, por onde passamos…

Somos morosos e inconsequentes. Somos lentos demais para nos movermos de nossa acomodação… Somos por demais apegados ao muito ou pouco que possuímos, a nossas manias e caprichos…

E o tempo urge! O Reino de Deus exige pressa, e não dá para ficar marcando passo, à espera quem sabe de que condições, oportunidades ou recursos… Antes, como já vimos, poucos domingos atrás, o que precisa mesmo é ser capaz de renunciar.

Olhemos em torno de nós… Deixemo-nos impactar pelas necessidades e urgências daqueles que penam à nossa volta… de tantos direitos sonegados e desrespeitados… do meio ambiente poluído, degradado e depredado… Arregacemos as mangas e demos um primeiro passo que nos anime a ir avançando, a partir dos pequenos gestos e ações, em busca de mudanças e soluções, sempre mais amplas e profundas, que concretizem os valores do Reino, que “é justiça e paz e alegria, no Espírito Santo” (Rm 14,17).

Somente, então, dará para cantar um canto que não soe artificial ou falso.

 Estejamos atentos e atentas ao novo capítulo da novela “República de Curitiba”, transmitida “genialmente” pela TV Globo: o propósito é, de todo jeito e a qualquer preço, apagar definitivamente o sonho dos empobrecidos. Papa Francisco tem razão quando diz, e o Grito dos Excluídos repete: “ESSE SISTEMA EXCLUI, DEGRADA E MATA”.  

2 –  LÁZARO E O BANQUETE DO RICO
Lc 16,19-31

As conversas que Jesus vem tendo com os discípulos, a caminho de Jerusalém, foi não foi, são escutadas pelos fariseus, que “gozam” do que Jesus vem ensinando aos seus…

“Amigos do dinheiro”, acabam de ouvir o que Jesus pensa deles: “Vós gostais de parecer justos diante uns dos outros, mas Deus conhece os vossos corações”… (Lc 16,14s).

É nesse contexto que Jesus lhes conta a história do mendigo que aguardava as sobras do banquete do rico, enquanto os cães lhe lambiam as feridas…

Duas vidas, duas mortes, dois destinos, dois extremos… Durante muito tempo, essa lição serviu apenas para aquietar os miseráveis em seu sofrimento cotidiano, com a consoladora certeza do céu, onde receberiam em dobro tudo quanto lhes faltou nesta vida… Cada vez que um pobre reclamava seus direitos, era como se pobre estivesse pecando e não tivesse fé no “final feliz” prometido por Jesus…

O destinatário dessa mensagem, porém, era o rico, todos os ricos, a respeito dos quais, Jesus parece extremamente pessimista, basta ver o desfecho da conversa:

Jesus os avisa para que mudem, enquanto é tempo, seu modo de vida e abram o coração para a utopia do REINO, de um mundo justo, solidário e fraternal. Para tanto, contam com os alertas de “Moisés e dos Profetas”… Mas, “mesmo se alguém ressuscitar do mortos, não acreditarão!”…

A qualidade profética de nossa pastoral e das nossas celebrações, do nosso canto, está em questão: Têm servido para fortalecer a cidadania dos pobres e excluídos e questionar a injustiça e a tirania dos ricos e poderosos?…

Que não seja necessário alguém vir acusar-nos de uma religião que “é ópio do povo”!

Pense em tudo isso, ao escolher em quem votar para Vereador e para Prefeito, no próximo domingo 02 de outubro!

Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE.
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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