15 de agosto de 2016
Trabalho sem descanso
Entre conchas, busco
Entre pedras sob as árvores
Além de cada olho, busco
Entre homens, mulheres
E crianças…
Nos carros que passam e
Nas ruas que percorro…
Em cada hora do dia
Nos segundos, nos sentidos,nos bares,
e mercados públicos
Se piso na lama, busco
Se piso na terra estou a buscar
Se piso no asfalto
Ou no esterco fresco
E se ando a deformar-me
Buscarei ainda assim.
Busco na luz e nas trevas
E nas músicas que ouço
Nos livros que leio
Nos quadros e fotos
Nos filmes e teatros
Nos mares e praias
De olhos aflitos
Eternamente a procurar
Busco e não encontro
Insinua-se nos signos
No verbo, nos alfabetos
Esgueira-se
permanece leve e some
nas galinhas, nas formigas
nos leões e no afeto…
e eu só vivo
porque busco.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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