Os Desafios Da Construção Da Educação Do Campo e Camponesa
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Pensar a educação do campo e camponesa exige se despir dos vícios e desvio construído pela educação tradicional, que reduz o conhecimento e a educação ao método formal e quadradinho que aliena o conhecimento e por se consequência às pessoas, inibindo a capacidade humana de pensar e repensar o mundo.
A educação camponesa nasce da informalidade camponesa, no saber construído e reproduzido socialmente na historia do campesinato, através da resistência e da insistência, do diálogo, da oralidade, da observação, das experiências erradas e acertadas, das inciativas inovadora que dialeticamente se constrói em cada momento histórico.
Pensar essa educação camponesa é mais que querer uma educação diferente, significa afirmar a identidade e ao mesmo tempo se projetar para a contrução de um projeto de campo. Por isso nossa educação tem que contrapor aqueles que nos oprime ela não dialoga com o agronegócio, que através do estado que se apodera das conquistas populares, inclusive das politicas publicas.
Quando falamos de educação do campo e camponesa, estamos dizendo que nossa escola deve ter compromisso com o projeto de sociedade que defendemos, que a educação deve formar os sujeitos para construção desse projeto. Para isso deve pensar a partir da realidade não apenas para realizar a atividades de maneira coletiva, mas no compromisso de interrogar o que esta errado, com tarefa de provocar a organização e construção de ferramentas que possibilidade transformar a realidade.
Esse desafio não significa abandonar a luta por politicas publicas. Queremos escolas no campo, nas comunidades com infra estrutura, aberta e imponderada pela comunidade, aproximando o conhecimento sistematizado e a oralidade camponesa construída milenar pelos povos.
Precisamos pensar da educação infantil a educação superior onde crianças e jovens são protagonista de sua própria historia. Precisamos pensar na construção do homem e da mulher nova , mas ao mesmo tempo cuidar dos idosos e beber de suas experiências, na lida com terra, com trabalho, as crenças, as lutas , a cultura, teimosia e desconfiança camponesa.
Nesse sentido não estamos apenas falando em acesso. Estamos indagando que tipo de educação queremos para as crianças e jovens estudar. Para qual modelo de campo? Qual modelo de sociedade? Que juventude queremos projetar ? É necessário romper com educação que da poder apenas a quem tem títulos. Podemos observar em nossa comunidades que tem famílias camponesas que produz agro ecologicamente, mas não sabem sistematizar através de sua escrita o que sabem. Por outro lado as uni verdades e escolas estão cheias de professores dando aula daquilo que não sabem e nem tão pouco defendem.
Nosso desafio é trazer os educadores para a luta e levar os camponeses para escola e universidades. Não apenas para aprender mais ,para ensinar o que os diplomados não sabem, por que estudaram em uma universidade que nega o saber popular e a sabedoria camponesa.
Vivemos em um país com muitas leis bonitas, conquistada pela lutas dos povos. Porém temos um sistema de educação fragmentado, município estado e união, onde as leis se contradizem e exige uma luta sistematizada pelo acesso aquilo que é de direito.
Lutar pela escola camponesa é exigir do estado politicas publicas e ao mesmo tempo exigir o direto e autonomia do domínio popular sobre a politica pedagógica das escolas, o que ensinar? Como ensinar? Onde se quer chegar com o que se aprende? É necessário que a escola leve os camponeses para dentro, para falar da cultura, contar historia, ensinar os agrônomos e técnicos observar a natureza para construir a horta da escola.
Compreender que a horta não é apenas uma disciplina do professor de técnicas agrícolas, pois nela se pode trabalhar a ciência a matemática a, língua portuguesa a biologia a cultura a política. Nossa escola deve estar aberta a critica para não minimizar a educação camponesa aos métodos que ridiculariza a educação popular apenas em métodos participativos que não se compromete em transformar as coisas.
A educação camponesa é popular e tem compromisso de mobilizar, de problematizar, de organizar e de acreditar que as pessoas são capazes. Tem o dever de ensinar a técnica e compreender a politica comprometida com a ruptura com a construção do novo ser.
Não existe escola camponesa, sem luta permanente pela escola, pelo acesso a terra a agua, moradia, politicas publica , lazer, agroecologia, gênero, cultura. A educação não permite neutralidade, é preciso fazer como as crianças aprender brincando, não precisamos ter medo de afirmar que a educação politica. Ou ela esta com agricultura camponesa ou esta com agronegócio. Precisamos levar o jeito de ser camponês e camponesa para escola, juntamente com o jeito de organizar dos movimentos populares desafiando para construção de experiência de poder popular.
Obs: O autor é formado em pedagogia .” me sinto educador popular não sou funcionário público. sou camponês vivo na roça com minha esposa e 3 filhos aqui produzimos de um pouco de tudo. a pedagogia nos permite olhar o mundo de forma crítica e organizada.”