15 de julho de 2016
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Iguais aos seus, sua primeira boneca. Sonhava com aquele dia, quando teria nos braços o brinquedo tão desejado.
Era linda… Os olhos castanhos em vidro perfeito, mãos pequeninas, boca pintada de vermelho natural. Falava mamãe quando apertada no coração.
Aos doze anos, achava-se velha. Tinha vergonha que a vissem nos momentos de ternura, mas o presente fazia jus a sua espera.
Pensava como uma garota de seis. Abraçava o material plástico como quem querendo trocar de lugar. Ouvia “mamãe”. Respondia em pensamento… “Mamãe foi na roça… Volta logo”. Única frase conhecida de acalento. E continuava a brincar na eterna espera de alguém que foi, para nunca mais.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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