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As coisas acontecem e pronto. Tentar mudar o curso da vida é um passo mortal para a conformação. Não posso me furtar às lembranças, tenho sempre presente a força de alguns acontecimentos, acontecimentos que mudaram totalmente o rumo da minha estrada. Tento reagir, procuro não pensar. Quem, afinal, irá se preocupar com isso?
É muito difícil carregar uma dor sem deixar que se denuncie. Falam se você não chora, viram-lhe as costas ao verem as lágrimas. Como não fingir? Fazer de contas que nada aconteceu e mesmo que tenha acontecido não dar importância.
O homem é um enigma para si mesmo. Algumas pessoas precisam da ajuda de analistas para saberem de si o que não sabem.
Num passado remoto, alguém disse adeus. Num começo de noite.
Pensei que seria o fim de tudo, dos sonhos, dos planos que fizera. Vê-lo partir foi uma parada na vida, e, então minha outra alma se revelou a partir daquele momento, pela metade cheia de sequelas, completamente alterada. E nem pude chorar para não ver lágrimas em outros olhos. O tempo passou. A vontade de chorar, nunca. Assumi o comando da alma nova que consola a outra dos medos e das ausências.
O entardecer me aparece, sempre, como um mascarado que vem me atacar.
Obs: Texto do livro da autora – A Morte Cega