O paciente portador do mal de Alzheimer de início perde sua memória mais recente, podendo até lembrar com precisão de acontecimentos de anos atrás e esquecer que acabou de realizar uma refeição, por exemplo. A doença causa grande impacto no cotidiano do paciente e afeta a capacidade de aprendizado, de atenção e de linguagem.

A pessoa torna-se cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para realizar atividades mais corriqueiras e básicas do seu dia a dia. A demência afeta cada pessoa diferentemente, dependendo do impacto da doença e da personalidade da pessoa. Os problemas ligados à demência podem ser compreendidos em três estados: estágio inicial, primeiro ou segundo ano; estágio intermediário, do segundo ao quarto ou quinto anos; e, finalmente, o estágio tardio, do quinto ano para cima.

Uma notícia dura para as vítimas deste mal e familiares é que não temos ainda tratamento de cura, ou alguma forma de terapêutica que possa alterar progressivamente o curso da doença. Os avanços da medicina possibilitam que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença.

Pesquisas em curso nos dão a entender os mecanismos que causam a doença e no desenvolvimento das drogas para o tratamento. Uma novidade é a análise dos biomarcadores de beta-amiloide (das placas senis e de proteína tau, que estão sendo estudados para auxiliar no diagnóstico preciso da doença. Temos hoje dois perfis clínicos específicos de Alzheimer.

Os casos típicos, 80 a 85% dos casos, se caracterizam por problemas de memória episódica de longo prazo (lembrança voluntária de fatos), enquanto nos casos atípicos (15 a 20% dos casos) são encontrados transtornos de memória verbal ou de comportamento.

A abordagem terapêutica faz uso de remédios e da estimulação cognitiva, que ajuda na prevenção precoce bem como no tratamento, ao retardar a evolução da demência já instalada. Não deixam de ser importantes o convívio social, a organização do ambiente e a prática de atividades físicas. Infelizmente a pessoa portadora do mal de Alzheimer é vítima de discriminação.

Estudos revelam que 24% dos pacientes ocultam ou dissimulam seus diagnóstico apontando o estigma como o principal motivo. 40% relatam ser excluídos da vida cotidiana da família.

A demência é uma doença devastadora, não somente para aquelas pessoas que são vítimas dela, mas também para os cuidadores e familiares. Com um número crescente de pessoas que são afetadas por esta doença, hoje, praticamente todos nós já fomos tocados por algum caso, seja no âmbito familiar ou no contexto de nossas relações com amigos e comunidade. Com frequência, o cinema nestes últimos anos trouxe este drama para as telas no mundo inteiro.

Temos vistos casos dramáticos apresentados, com objetivo de impactar e emocionar o público. Com isso, tem aumentado a sensibilidade pública em relação às pessoas em termos de cuidados e atenção. As pessoas portadoras do mal de Alzheimer não podem mais ser negligenciadas.

Essa doença, segundo a OMS, deve ser considerada o quanto antes como parte da agenda da saúde pública de todos os países do planeta. Infelizmente, ainda existe muita gente experimentando exclusão social, isolamento e indiferença, que devem ser vencidos com um cuidado multidisciplinar, profissionalmente competente e humanamente sensível e humano!

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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