Vilmar Locatelli 17 de agosto de 2010

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Adeus,
Sorriso pálido nos lábios,
Cabocla triste que mergulha na solidão,
Aperte minha mão.

Posso ler em teus olhos a saudade
Tua pureza, nossos momentos,
Minha emoção.

Visitei o teu reino,
O mureru desfila verdejante
Pelas encostas dos banhados,
A aninga recobre a margem dos rios.

A premembeca, pomonga, malícia
E a pripioca ornamentam
As águas e escondem teus peixes.

Cuhãn cheirosa,
Desfila nos meus pensamentos,
Ornamenta meu coração,
Esconda minhas amarguras.

Ensina-me ouvir
O canto triste do camitaú,
Apreciar o vôo leve das graças
Que brincam nos alagadiços.

Adeus,
Por que meu Deus?
Recuperai a lágrima quente caída ao chão,
Símbolo do teu alento,
Momentos de ilusão, quase irreal,
Paisagem, paisagem nua.
Figura irrequieta do mundo mágico,
Louco, trágico.
Eu ou você?

Adeus, posso dizer,
Quero trazer, é meu querer,
Inteiro o teu, só meu.

Impossível só eu.
Caminharei triste nas calçadas quentes,
Somente um corpo vazio, sem coração,
Ficou guardado, bem guardado.
Um dia voltarei, ao teu lado serei,
Quando eu sei…

Adeus,
Não diga
Que eu não direi.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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