Paula Barros 14 de setembro de 2010

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Era uma vez um desejo adormecido que foi acordado. Mas muito precavido continuava a se esconder. Ele sempre foi submisso aos receios, medos, preconceitos, a razão. Um dia saiu para brincar o carnaval e foi desmascarado. Surrupiaram a máscara do desejo intocável. O medo reclamava da imprudência do desejo de sair por aí, se expondo, se arriscando. E o desejo tentava se esconder.O folião afoito arriscou falar o que sentia. Era tudo que o desejo sentia e queria ouvir. Mas o desejo só sabe falar com as palavras do medo. E repetiu o que sempre ouviu quando estava no seu esconderijo. O folião recuou. Achou que tinha magoado. Respeitou o medo do desejo, pois o seu desejo também sofre de muitos medos, entendeu, silenciou. Este silêncio perturbou o desejo, que ficou furioso de ser submisso ao medo. Se rebelou, arriscou, ousou, e se lançou. Sempre que o desejo supera o medo, o corpo agradece com um calor diferente, as carnes aplaudem a libertação, todos os poros sorriem. Então os desejos fizeram um pacto, calando o medo com um beijo.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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