1 de julho de 2015
Um corpo se solta nos espaços de meu descanso. Dobra-se, gesticula, estende as mãos e me deita um olhar de carinho. Desloco-me lentamente da sombra na qual me protejo e me deixo uma réstia de luz. Compartilho o olhar e estendo as mãos até tocar em teus cabelos. Meu corpo, teu corpo na solidão do dia, no alvorecer dos choros, na aurora perdida do tempo. Nos separaremos em breve, na verdade, no próximo instante. Teu corpo saudade ainda se movimenta e meu corpo descanso se deixa sozinho. O olhar da manhã se desdobra em nossas mãos e o sol se expõe. Fecho meus olhos e, na minha escuridão, teu corpo se deixa adormecer em mim. Tudo sonha em nossas mãos entrelaçadas.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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