Cynthia Lopes 15 de junho de 2015

Cynthia Passos no tempo

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Caminhar, rumo ao infinito, a um ponto no horizonte,     sem medo.
A natureza de um lado, absolutamente sob o controle de Deus, sem qualquer interferência humana.
Do outro, a urbanidade. A criação do homem, sua cidade, suas ruas, calçadas.
Uma caminhada solitária, entretanto, não podemos negar nossa natureza gregária. A linguagem, a criação, a cultura, a arte, a educação, a afetividade, a história, estabelecem a necessidade de relações, de vida em comum.
De qualquer forma, as experiências serão sempre pessoais e intransferíveis. Temos sempre que sustentar um  discurso muito bem fundamentado, atualizado e dialético se quisermos repassar para outros nossas experiências e, mesmo assim, isso não é certeza de impedir qualquer pessoa de cometer as nossas mesmas tolices ou outras diferentes.
Talvez tenhamos que ser amorosos e pacientes até para permitir que outros cometam erros e possam aprender, de fato, com eles. É claro que tudo isso não é tão linear, sempre haverá argumentos e contra-argumentos, raciocínio e paixões, e em alguns casos, se pode tocar corações. Mas tudo isso é uma loteria, como o amor.
O amor – este sentimento crucial para o universo, esse sentimento universal e tão particular. Há de fato várias formas de amar? Ou a gente simplesmente ama? Engraçado sempre acreditei que primitivamente as pessoas sempre amaram, de forma aberta e desinteressada, a civilidade nos fez possessivos e calculistas, perdemos a espontaneidade. Hoje somos extremamente solitários, não sabemos reunir pessoas a nossa volta, não sabemos formar famílias afetivas. Gostamos do jogo do poder, de submeter os outros, de estar no controle da situação. Isso não é amor, isso não é amar.
Construir o “ser”, esta afirmação, é uma luta diária e implacável. Exige leveza e disciplina, exige flexibilidade e força, exige inconformidade e amor. Não é fácil ser em meio a este mundo doente, nossa diferença está na procura desesperada pela bondade, pelo amor, pela saúde, pela verdade, pela cura, pela salvação. Nossa diferença é que temos esperança e que esta esperança, em nós, gera AÇÃO. Gera oração, gera religação com o divino e com o mais que humano em nós.

Gera RECRIAÇÃO, poema,arte,versatilidade,solidariedade,compaixão. E todos estes sentimentos movem o mundo em outra direção, nos dão asas, nos fazem crer no impossível, nos faz dançar a beira do abismo, porque alguns são assim!

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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