Paula Barros 1 de dezembro de 2010

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As linhas do caderno estão em branco. Não consigo escrever sequer uma linha que se aproveite. Folhas e folhas em branco.

Os escritores dizem sofrer deste esvaziamento, deste branco de palavras, do sumiço delas. Comigo era para ser diferente, não sou escritora. As palavras saíam de mim sem minha permissão. As palavras me descobriam. As palavras desnudavam a emoção.

Tudo que eu escrevia, figurado, com erros de português, era a emoção desfilando nua, torta, pela linhas certas, que eu muitas vezes não enxergava, por estar cochilando, no escuro, ou com os olhos embaçados, úmidos da seiva da alma.

Eu sinto. Eu sei que sinto. Eu me emociono. Eu me encanto. Mas as palavras já não falam por mim.

Talvez elas estejam receosas de assustar, de amedrontar, de afugentar, de invadir, foi sempre assim, as minhas emoções afastaram a fonte dos meus devaneios. Onde eu podia mergulhar as meninas dos olhos e molhar a alma.

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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