resomar 22 de janeiro de 2009

O som desaba entre lágrimas em uma travessia proibida…
Como prosseguir para achar a verdade impregnada em sentimentos contraditórios?
Atrás de uma fome prolongada a incerteza do amanhã transborda nas panelas vazias…
Grita a vida na vigília do silêncio e a dor se debruça no murmúrio da alma…
Inquieto pensamento disfarçado sinaliza a urgência de viver…

No corredor da ilusão a história se repete em luta suada e o sorriso arde no espelho molhado buscando o brilho da coerência…
Na escuta atenta a palavra dedilha tua poesia esquecida na poeira de um momento de dignidade…
Procuro em tuas mãos um palco desnudado…
Percorro o amor em ventania peregrina para não sangrar em teu olhar desprotegido, ondas aprisionadas…
Em um instante de serenidade questiono teus delírios de poder, tua máscara contaminada, tua razão embriagada, teu sorriso inquieto e braços acorrentados…

Bastaria o tempo explodir em teu corpo na demora do regresso e
mergulharias na agonia da solidão…
Um minuto de coragem e a constatação de um horizonte sem visíveis esperanças…
No inesperado da balada, ecoa na escuridão sonhos enlouquecidos, sombras envelhecidas…

27.07.2006

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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