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Zumbi dos Palmares foi escravo em Pernambuco, onde nasceu e após uma chacina em que mataram seus pais, ainda criança foi entregue aos padres que lhe deram instrução e despertaram sem saber, sua capacidade de liderança guerreira que o tornou líder do Quilombo dos Palmares.
Antes de criar o reino dos Palmares, ainda jovem, planejou libertar seus co irmãos do chicote e da senzala, onde viviam sem mais suas raízes africanas, sem família, sem liberdade. Era filho de escravos, Zumbi. Vendo o sofrimento humano e humilhação de seus parentes, foi se dando conta que não nascera para ser escravo, conformado, humilhado e sem identidade. Sua consciência despertou até que um dia rompeu com a servidão e, aos 19 anos fugiu para a liberdade, levando outros negros escravos para as montanhas de Palmares.
No momento em que sua consciência acordou e se deu conta que a liberdade não se ganha, ele se tornou livre. Outros o seguiram no caminho da liberdade. Infelizmente, a consciência dessa dignidade não foi logo atingindo a todos os escravos, nem negros, nem índios, nem pobres, nem mulheres. Só mais tarde essa liberdade foi sendo conquistada.
Ainda hoje são milhares e milhões de grupos humanos vivendo a humilhação de estarem nas correntes da escravidão, negros, índios, caboclos, trabalhadores em fazendas, em serrarias, em garimpos, empregados domésticas, mulheres mal casadas, jovens do meio rural que vão à cidade para estudar e se obrigam a morar em casas alheias, em que várias são usadas no trabalho doméstico e sexualmente.
Hoje, dia de Zumbi dos Palmares, da consciência negra, oxalá seja dia de despertar da consciência de todos os que, de uma forma, ou outra ainda vivem em algum tipo de humilhação. Que essa consciência de liberdade que fez de Zumbi um Santo, um ídolo, um símbolo, possa despertar as consciências dos que estão na humilhação, compreendendo que a liberdade não é uma doação caridosa é sim, uma conquista que só a pessoa mesma conquista e não é fácil. Que todos, que ainda vivem na humilhação, recebam a força mística de Zumbi dos Palmares. E que os libertados não mais escravizem outros seus semelhantes.
Obs: O texto foi escrito no dia 20.11