6 de setembro de 2008
Na reserva de Dourados
não há ouro, nem há prata
antes matas, hoje mortes.
Das mortes que são possíveis
nenhuma é tão vergonhosa
quanto a que mata de fome.
Das mortes que são de fome
nenhuma é tão aberrante
quanto a que mata crianças
(não que gritem, as crianças
pelo contrário, nem choram
mantêm-se de olhos secos
pra mostrar, com tal secura
e ver melhor, secamente
a aridez que as mata).
Na reserva de Dourados
não há ouro, nem há prata
antes matas, hoje morrem
de fome, de inanição
de ausência e sequidão
os pequenos curumis.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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