11 de setembro de 2008
Para Oswaldo Lamartine
Só.
Sob agressivo verde
Mitiga na pedra
O inodoro líquido
De secular avareza,
No enxuto chão,
De árido deserto.
Só.
Recebe de afeto
A língua seca
De desgarrado réptil
Que lhe morde a carne insípida
E seiva-se
Na quase inédia areia.
Basta-lhe
A visão de alguma caça
E o guloso amor
De algum pássaro fugitivo.
Longe, a súplica do facheiro,
O crestar do sol,
O sopro quente do vento,
O permanente sonho
À procura de chuva.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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