Em sua mensagem de paz para este início de ano, Bento 16 aborda o tema da liberdade religiosa como caminho para a paz.
          Ele afirma que a liberdade para cada pessoa praticar sua religião é a primeira condição para haver uma paz verdadeira.
          Procuremos entender por que!
          Pela religião, a pessoa se defronta com Deus, no íntimo de sua consciência. É então que a pessoa acaba não só descobrindo a grandeza de Deus, mas toma consciência também de sua própria grandeza. É diante de Deus, que cada um de nós pode descobrir sua verdadeira importância, sua verdadeira estatura. A religião nos permite chegar perto de Deus, e ao nos defrontarmos com Deus, acabamos descobrindo como temos este grande privilégio, que nos engrandece: podemos conversar com Deus, podemos olhar para Ele, e sentir que Ele olha para nós.
          Às vezes, quando temos a oportunidade de sermos recebidos por uma autoridade importante, acabamos nos sentindo também importantes, pois participamos da importância da autoridade que nos recebe. Que dirá, então, quando nos damos conta que a religião nos coloca diante de Deus!
          Quem não cultiva sua religiosidade, acaba banalizando sua vida, e vai perdendo a consciência de sua própria importância.
          Quem nos dá a verdadeira grandeza é Deus, que nos dá a capacidade, pelo seu Espírito Santo, de chegarmos perto de Deus, que nos reveste de sua própria grandeza.
          Com a consciência desta grandeza, podemos relevar os pequenos atritos da vida, e não perder, por causa deles, a paz de espírito. A fé nos educa para a paz!
          Ao invocar o direito que cada pessoa humana tem de praticar a religião de acordo com a sua consciência, estamos garantindo a cada pessoa o contexto mais adequado para ela perceber sua própria dignidade, e se sentir promotora de relacionamento respeitoso e pacífico com as outras pessoas.
          Esta é uma das convicções que o Papa expressa em sua mensagem deste ano, focalizando a relação que existe entre liberdade religiosa e paz mundial.
          Apontando a importância da liberdade religiosa, se afirma a capacidade e o direito que cada pessoa tem de entrar em contato com Deus, que se manifesta na consciência de cada um.
          Colocada diante de Deus, toda pessoa humana pode experimentar seu valor, tornando-se interlocutora de Deus. Isto permite que a pessoa, a partir desta experiência com Deus, passe a olhar o mundo com os olhos de Deus. E sinta pelo mundo a responsabilidade que Deus lhe confiou.
          Daí nasce a atitude de respeito pela natureza, e de reconhecimento da dignidade de todas as pessoas, que passam a ser vistas como participantes da mesma natureza e da mesma missão.
          A experiência de Deus é o melhor caminho para o relacionamento respeitoso com todas as criaturas. É o que o Papa constata, afirmando que a liberdade religiosa, pela qual cada um é convidado a se defrontar com Deus, é o melhor caminho para a paz.

* http://www.diocesedejales.org.br/

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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