A vida é marcada por crises. E o que são elas? Acontecimentos humanos normais e reais; o despertar para uma vida nova; experiência pela qual, com certeza, todos nós já passamos. O grande perigo é a crise existencial, aquela que leva a sentir-nos incapazes de sobreviver, que nos leva a perder o sentido da vida e dizer: eu não quero mais viver, porque a vida não tem mais sentido para mim. Ponto final.
Infelizmente, não temos coragem suficiente para admitir nossas crises diante das pessoas. Preferimos sustentar nossas máscaras para não destruir a imagem que fazem de nós. Gostamos de preservar imagens, ainda que isso nos impeça de sermos nós mesmos.
As crises não são só acontecimentos negativos. Ao contrário, podem ser e são uma bênção, quando assumidas, bem administradas e direcionadas em vista do nosso crescimento humano e espiritual, quando aproveitamos para evoluir na fé. Precisamos estar conscientes de uma grande verdade: ninguém nasce perfeito, vamos crescendo pouco a pouco, somos um projeto de amor em constante realização. Assim como ninguém faz na vida uma opção clara e perfeita. Ela precisa ser assumida ou re-assumida a cada dia. Hoje, agora. As crises, por conseguinte, ajudam-nos a fortalecer nossas convicções. “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu. Só entrará aquele que põe em prática a vontade do meu Pai, que está no céu” (MT 7,21).