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O poeta imperial
Chamado poeta maior,
Encastela-se em roupas de veludo,
Ironiza o poeta menor
Tão contente de suas efêmeras glórias!

Posta-se como um frade
No ameno fervor de suas preces
Busca e encontra a palavra fugidia,
E se desfaz em glórias
Ao tornar insolúveis seus odores.

E nos seus eruditos sonhos
De mofadas trajetórias,
De obtusos ângulos
E de arestas muito retilíneas
Feitas com régua e compasso.

O poeta menor prefere as curvas,
O reviver de passadas agonias
Entre córregos e flores ribeirinhas,
Onde uma mulher nuinha toma banho.

O poeta maior.
E o que é poesia maior?

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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