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E tu, dentro de nossa casa, a te proteger dos gestos, a insinuar o desejo, a te defender de ti. E meu olhar a destilar em ti a solidão, a desnudar-se nos teus olhos, a por a descoberto nossos abismos. Onde estás agora? E minha mão a percorrer tua vida, a inquietar tua música, a ensinar tua pele. E tua mão a entoar a melodia de nossos passos, a oferecer a fragilidade de tua entrega, a medir o possível, a deixar teus olhos encharcados nos meus. E eu, dentro de ti, te ofereço a comunhão dos náufragos. E tu, dentro de mim (tua casa), ressuscitas toda nossa doçura. Somos assim, feito verbo, feitio de nós. Amor é presença, dentro de mim, dentro de ti.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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