A faculdade de imaginar varia de indivíduo para indivíduo. Nuns é brilhante e delicada. Noutros sombria e grosseira. Nestes é volúvel e ingênua, naqueles forte e impetuosa. A que se deve essa variedade? São diversos os fatores que condicionam essa diferenciação.
A idade- a imaginação é rica e fácil na mocidade, vagarosa e difícil na velhice.
Ao temperamento- é ligeira no sanguíneo; ardente no libioso.
A doença- no ardor da febre exalta-se e delira.
Ao gênero da vida- temperatura, alimentação, certos excitantes. Ex: a diferença entre a imaginação dos orientais e dos ocidentais.
O símbolo e o que se imagina a partir deste
Quando se fala em imagens temos de considerar dois tipos: as imagens exteriores – a nossa consciência (músicas, obras de arte, fotos… etc.), e as imagens que são produtos do nosso pensar interior (sonhos, poemas, alucinações). Mas também as duas podem estar ligadas. No caso do livro, por exemplo. “olho os livros na estante, nada dizem de importantes servem só pra quem não sabe ler” (Raul seixas. Música eu também vou reclamar).O livro visto por fora é externo, sem vida e só serve para o que diz a letra da música. Já quando eu o tiro da estante e o leio navegando na perfeição de sua história, ele ganha vida. Torna-se interno, porque a vida que ele ganhou só existe na imaginação de quem o lê.
Quando defrontadas com o símbolo cria-se um análogo: seja porque estão no lugar das coisas, seja porque nos fazem imaginar coisas através de outras. A bandeira e a nação. A bandeira é o símbolo maior de uma nação. Mas a bandeira desenhada nunca representa de forma completa a nação, pois são ambos diferentes na sua totalidade. Pode-se afirmar que a imagem é irreal quando comparado ao que se é percebido.
Com isso a imagem tem uma característica em especial: ela torna presente algo ausente, seja porque inexiste ou porque não está presente no momento.