Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM).
Dentre os valores do Cristianismo, dois sobressaem – a vida e o amor, amor à vida, amor ao próximo. Da prática desses dois valores depende a felicidade da pessoa e do coletivo. A Campanha da Fraternidade deste ano convoca os cristãos e pessoas de todos os credos a cultivar uma reflexão mais aprofundada e uma conversão exatamente a esses dois valores – fraternidade e a vida.
São vários os aspectos da vida que convocam à reflexão e ação, desde a vida humana até a vida da natureza que está a serviço da vida humana. Uma das ameaças à vida humana na Amazônia e no Brasil todo são doenças que dão sinais de se tornarem epidêmicas, por falta do cuidado pessoal e coletivo com a saúde humana. O calazar, a malária e a dengue, que podem ser prevenidas pela população, estão dizimando vidas, em parte por descuido das pessoas.
A dengue está invadindo o Brasil de modo assustador. Mais de 150 mil casos, só no ano passado, com vários casos de morte, inclusive a fatal dengue hemorrágica. Isto significa que o mosquito da dengue está encontrando campo favorável à sua fertilidade por causa do descuido das pessoas com seus quintais, jardins e a própria rua pública, onde vasilhas e pequenos recipientes ficam acumulando água e favorecendo a vida do mosquito e a morte sua, ou dos vizinhos.
E isso ocorre especialmente no inverno, quando as chuvas caem com abundância. Se as pessoas de todas as idades, de todos os níveis sociais, de todas as religiões não fazem uma vistoria diária em seus aposentos, para evitar água parada, não se pode prevenir a dengue e não se tem amor à vida, a sua e a dos outros.
Os mandamentos do Mestre Jesus – amar o próximo – inclui certamente o cuidado com a saúde, pessoal e coletiva. A epidemia de dengue e doenças semelhantes é sinal que o amor ao próximo está sendo descuidado e, sem isso, não há amor à vida e nem se alcançará felicidade. Verdade? Fraternidade e vida, solidariedade e cuidado com o que é de todos (as). Eis uma pedida propositiva para este tempo pós-Carnaval, independente de religião e posição social.