19 de janeiro de 2008
Estou no meio do abismo
Troncos mortos
Descansam imóveis
Pés descalços se afirmam
No limiar da destruição
Tropeço e queda
Aguardam o momento do ataque
O mundo de cabeça para baixo
Folhas secas fazem cobertura
Para o solo
Estou no meio do abismo
Descer ou subir
É a decisão a tomar
O que é isto?
A natureza ignora o meu abismo
Os troncos retilíneos se afirmam
Na verticalidade
Eu sei…
Há algo maior que a minha pobreza
A riqueza das mãos se mostra
Na partilha do pão
Ainda há tempo para sentir o vento
Que acaricia o verde
Os pés e o abismo.
Chegou o tempo de fecundar
Esta terra…
Emaús,27/10/93
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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