(Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM)

Aluno nota 10 ganha prêmio na escola, essa é uma das notícias de hoje. Quem criou essa premiação com certeza fez com boa vontade, no intuito de estimular os e as alunas a se dedicarem aos estudos. Premiar os mais na escola, mais inteligentes, mais dedicados, mais comportados. Esta estratégia, dentro do mundo em que se vive hoje, onde quase tudo é negócio, competição, disputa, até que é comum . Mas nem tudo que é comum é normal.

Na escola, lugar de educação, formação de caráter, além da instrução, não fica bem, nem é sadio provocar mais uma competição entre os e as alunas. Fazer isto é colocar a turma toda em um ringue de boxe, num campo de batalha. Aí vem uns vencem e outros são vencidos. Estimula o orgulho e a vaidade de uns, enquanto provoca inveja e baixa estima de outros. E ainda corre o risco de cometer injustiças dentro da escola. Ganham nota 10 e recebem um prêmio o João e a Maria; mas o Antonio e a Teresa que tiraram nota 9 não ganharam nada? Porque não são nota 10, imagine!

E a Ana que tirou nota 8, ela vai mal nos estudos? É preguiçosa? Por tudo isso é que não é educativa a estratégia do aluno nota 10 ganhando prêmio. É entrar no jogo da sociedade de guerras, dominações e até destruição entre seres humanos. Já não bastam os noticiários dos meios e os filmes da televisão? Afinal, a escola não é lugar de cultivo de valores humanistas? Não é para ali que os pais confiam de mandar seus filhos afim de serem gente de bem e que seus talentos serão cultivados?

Mas, dirão alguns, se não se fizer assim, com o aluno nota 10, os e as alunas não se esforçam, não se metem nos estudos.