Embalo sonhos em árvores desfolhadas e sonolentas…
Custa-me (des)conhecer a razão lenta
impregnando o percurso…
Momentaneamente a esperança soluça
e se concentra em coloridas ilusões…
Sombras despovoam a solidão e sangro…
No escuro olhar,
ásperas emoções (in)contidas…
Linhas retas em ruídos inacabados…
Vejo-me rasgando o tempo em vôos doloridos…
Fúria na distância do pensamento…
Terra suada e violada…
Esquecida ternura habita o silêncio azul de sentimentos…
Importa a travessia interrompida,
saltos em arcos enferrujados…
Importa a palavra gerada na alma
a soletrar que o caminho se faz
na poeira de lutas…
Tolerância de bocas famintas,
(des)encantos perdidos no delírio da perfeição…
Pétalas (re)nascem na encruzilhada
de passos (des)atados…
Carrego o rumor de incógnitas lágrimas…
Preservo a mansidão ousada de ser!
16.05.2006