Célia Cavalcanti 2 de outubro de 2006

Tenho sede. Muita sede.
Sede de amor, de paz, de coisas boas, alegres…
Tenho sede. Sede do belo, do que fica.
Sede do silêncio, da tranqüilidade interior,
Tenho sede. Sede do real, não do ilusório…
Tenho sede. Sede de homens que tenham essa mesma sede.
Sede de um mundo melhor.
Sede de uma pátria onde se viva, se respire, se pense menos em si e mais nos outros…
Tenho sede. Sede do infinito.

Quisera abolir a existências das coisas efêmeras…
Quisera que os animais sempre vivessem, os passarinhos sempre cantassem…
Quisera que as plantas nunca morressem, e as flores jamais murchassem…
Quisera que o amor sempre durasse e os homens jamais brigassem…
Tenho sede. Sede do Perfeito. Do Belo. Do imutável e eterno…
Não será essa sede um pouquinho daquela que Jesus na cruz sentiu, quando experimentando o contrário disso tudo, inclusive a ausência do próprio Pai, gritou: “Tenho sede!?”

07/08/1980

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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