A LIBERDADE é, com certeza, um dos atributos mais nobres que o Criador dotou o homem, distinguindo-o e elevando-o das demais criaturas.
Entretanto, o conceito de LIBERDADE apresenta-se bastante complexo.
Para alguns, essa gratificante prerrogativa humana consiste no direito de fazer tudo que quer e pensa.
Outras pessoas imaginam, talvez, que parece paradoxal sermos livres e ao mesmo tempo restritos no desempenho de nossa vontade, de nosso agir.
É que o homem é um ser social e vive em comunidade.
E, assim, existe uma inultrapassável barreira salvaguardando a individualidade e cada um tem garantido o justo direito de sua LIBERDADE e que deve ser respeitada por todos.
São bem conhecidas as frases:
“A tua LIBERDADE acaba onde a minha começa”.
“Um povo livre é aquele que cumpre os seus deveres e luta pelos seus direitos”.
Em nome da LIBERDADE cometeram-se e cometem-se os mais hediondos crimes, mas também o ideal da LIBERDADE já levou pessoas ao heroísmo, perpetuando-se no correr dos séculos, imortalizando-se na história da humanidade, como um FREI CANECA e outros.
Enfim, todos querem ter, sentir e vivenciar a LIBERDADE na verdadeira acepção da palavra.
Mas qual LIBERDADE? A minha, a dos outros ou cada um a sua?
Salientemos aqui, a LIBERDADE de expressão, de pensamento, enfim, a LIBERDADE DA IMPRENSA, tão defendida, cantada e decantada pelos que lidam com os meios da comunicação social.
Estes responsabilizam e punem, muitas vezes injustamente, pessoas e órgãos em nome da verdade, ou melhor, da LIBERDADE.
Convém lembrar que “Palavras são exatamente como granadas. Usadas com imperícia, explodem na boca”.
Houve um tempo em que a censura da nossa IMPRENSA era por demais rigorosa, exigindo-se até que na primeira página do jornal ou revista estivesse impressa a inscrição “VISADO PELA CENSURA”, o que significava estar em perfeita harmonia com o regime político vigente.
Esta cruel realidade foi vivenciada predominantemente durante a Ditadura Militar que fez calar figuras ilustres como Dom Helder Câmara e outros.
Acompanhamos o rumoroso caso da publicação no The New York Times, um dos jornais mais importantes do mundo, do jornalista norte-americano Larry Rohter, atribuindo ao Presidente Luís Inácio Lula da Silva a degradante condição do mais autêntico alcoólatra.
A notícia grassou rápida e negativamente o cenário mundial.
O chefe da nação, ofendido, surpreso e talvez sem controle emocional no momento, puniu o jornalista norte-americano, expulsando-o do território brasileiro.
Medida essa rejeitada por autoridades governamentais, considerando-a arbitrária, ditatorial e ainda um atentado à LIBERDADE DA IMPRENSA!
Tudo foi anulado, mas os comentários se sucedem, aguardando-se uma solução final definitiva.
Cultuemos a IMPRENSA, respeitando-a e acatando-a desde que seja justa e sábia.
O eminente jurista Rui Barbosa, apologista da LIBERDADE DA IMPRENSA, afirmou certa vez: “A IMPRENSA é a vista da Nação”.
Que seus olhos sejam perfeitos e abrangentes.
Toda IMPRENSA deve ser imparcial, equilibrada, imbuída do lídimo espírito de veracidade e LIBERDADE, concretizando no seu desempenho a certeza de que o “homem conscientemente livre não se propõe a dominar, perseguir ou prejudicar outro homem”.
A IMPRENSA é detentora da omissão de CENSURA outorgada por poderes humanos, mas é escrava do julgamento divino e da opinião dos infelizes atingidos pela crítica e punição injustas dos meios de comunicação.
Que a IMPRENSA BRASILEIRA esteja sempre a serviço DO BEM, DA VERDADE, DO PROGRESSO, DA PAZ e sobretudo da JUSTIÇA E DA VERDADEIRA LIBERDADE PESSOAL E SOCIAL.
(autora de Retalhos do Cotidiano)