Em frente a tantos poemas, corrijo.
Insisto nos detalhes:
caligrafia, ortografia, pensamentos ocultos.
Crianças Poemas.
Embalam esperanças em folhas brancas
de papel pautado, bloco timbrado.
Caneta, às vezes falha,
corretor nem sempre corrige idéias arrependidas,
construídas no vácuo tempo da incerteza.
Elas não se apagam jamais.
Corrijo Poemas?
Nem sempre me envolvo no pensamento alheio,
apenas passeio.
Entretanto, como desconsiderar uma frase que “voa”,
nestes tempos de “construção”.
O Alexandre escreve: “Se eu tivesse asas…
eu iria voar, voar, voar,
para em silêncio eu poder sonhar…’
O Ricardo afirma: “Poder voar?…
I don´t have adrenalina!”
A Marcela constrói: “Noites como essa
que a caneta e um papel são os únicos consolos”
Ah! A praia do Augusto: “Universo de areias,
mundo de água, o quase inexistente verde”.
Corrijo Poemas?
Marina viaja em ” Uma carruagem perfeita,
em uma rua estreita, na mata deserta,
na floresta quieta, em um lugar de poeta.”
“Estar contigo” – Débora – “Nem sempre estar sozinha
é estar na solidão”. Ilusão.
Outro Poema, letra apagada cansada e mal traçada,
esconde talvez coração carente.
Crianças… Poemas… Escrevem esperanças.
Florescem em palavras pensamentos,
às vezes ocultos. Eu penso… Pergunto…
Corrijo Poemas?
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Bauru/SP
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Obs: Imagem enviada pela autora