Lila Costa 7 de junho de 2006

O CONCEITO DE UMA OUTRA HUMANIDADE

Vivemos os paradoxos relativos à morte. Todos temos certeza que vamos morrer, por essa razão a nossa grande preocupação é viver e da melhor forma. Não nos interessa quando, nem do que vamos morrer, se será natural ou obra do acaso. A vida está aí para nos oferecer desafios, buscas, progressos, crescimentos.

Dos seres vivos só o homem tem conhecimento da morte. Pois constroem seus túmulos e através deles deixa os seus legados. Desde os primórdios, ou principalmente através deles, grande parte da sua história estava contida em seus túmulos.

Sabemos também, que não só os homens morrem, morrem também as culturas, civilizações: asteca, maia,inca, egípcia, etc. Porém surgem outras, há sempre uma renovação.

Por outro lado este homem que se reconhece finito (pelo menos por enquanto) que se utiliza de todos os meios, artifícios e recursos tecnológicos sofisticados para prolongar ao máximo a sua existência, recorre a meios extremamente sofisticados para destruir o seu semelhante de forma global, a exemplo do que aconteceu com Hiroshima e Nagasaki.

Pensávamos que as armas atômicas fossem o máximo do requinte que pudesse por fim a humanidade, ledo engano, as pesquisas cada dia se sofisticam, eis que surge o sinal de apoptose. As células cancerosas se recusam à autodestruição, ao contrário, elas crescem de forma anormal, levando o organismo a morrer de vida.

Nesta tentativa de imortalidade, os cientistas manipulam o genoma e alteram o que eles querem. No processo de mutação e seleção a evolução se dá. Com estes recursos o homem se torna onisciente e assim perde a capacidade de entender os sinais e escutar os anjos.

Nos surpreendemos quando observamos toda essa capacidade do homem em evoluir, ele consegue reverter todo o progresso em ameaça contra si próprio, pois gera destruição, desequilibra a natureza e aquele sistema que foi criado para funcionar harmonicamente, cada um exercendo o seu papel, um completando o trabalho do outro, esta ameaçado.

E nos perguntamos para que tanta evolução, se o homem não acordar a tempo, para a necessidade da partilhar e que somos um todo formado pelas espécies mais sofisticadas e mais simples, todas exercendo o seu papel e aquela por menor que seja, se tiver o seu desempenho interrompido, certamente comprometerá o equilíbrio, ocasionando grandes catástrofes e pondo em risco os destinos do planeta.

De que adianta tanto progresso, tanta evolução para terminar só? O que leva o homem buscar a solidão, quando ele é tão gregário?

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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