1 de novembro de 2021
às vezes dá-me vontade de nada.
nada ver, nada dizer ou pensar…
mas se é assim, por que este escrito?
também não sei, talvez o nada
não seja integral. um quase nada,
então: pouquíssimo ver. distinguir
na bruma do pensamento, na névoa
da consciência, com uma letargia,
uma fumaça fria, onde só
se movam, lentamente, os lagartos
à procura de rochas aquecidas
para que lá fiquem, em inação
durante longas, eternas manhãs.
e de tal modo ausente, longínquo
nadificado na demora dos tempos,
vindo de estrelas distantes, de
pré-históricas eras ou de profundíssimos
magmas, pudesse enfim achar-me.
só. em meio ao vácuo.
e estas palavras? ah! também pra nada…
Obs: Texto retirado do livro do autor – É Lenta a Palavra Tempo
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
busca
autores
biblioteca