VILLY FOMIN 1 de outubro de 2021

Uma das minas leituras prediletas são as biografias, me encanta ver a maneira como determinadas pessoas viveram, pessoas que decidiram que o relógio não seria um inimigo, muito menos um instrumento destinado a tão somente mostrar que o tempo está acabando.

Oscar Wilde afirmou que “viver é raro, a maioria das pessoas apenas existe”. Pode ser que ele tenha sido um tanto amargo mas levo a afirmação como um alerta: Existir não foi uma decisão sua, você nasceu, está aqui, você existe. Já o conceito do Viver tem a ver com o que você fará da sua existência, tem a ver com os rumos que você dará para sua história.

Se existir não foi decisão sua, viver tem que ser.

Nascemos e passamos a vida procurando o famoso sentido da vida. Mas será que a vida só tem um sentido? Será que é possível resumir toda a existência em uma possibilidade? Será que fazendo assim estamos colocando todas as pessoas dentro de uma forma e assim negando, reprimindo as peculiaridades, características de cada um?

Gosto de um pensamento do Nietzsche que diz: a questão não é qual o sentido da vida, mas quantos você dará a sua.

Faz sentido viver o dia de amanhã da mesma maneira que você viveu o dia de hoje? A autocrítica pode ser a porta de entrada para uma vida nova.

De repente a beleza da da vida está escondida nas perguntas que não gostamos de responder e por não responder vamos nos submetendo a processos tediosos e a monotonia ganha espaço.

Não estou propondo que você encha sua vida de projetos, mas que você escolha projetos que encham sua vida de significado; e que você não pare por aí, pois projetos são os primeiros passos, mas sem ação são apenas rabiscos.

Vá em outros lugares como a mesa de jantar rodeada de amigos, o almoço de domingo com a família, o futebol na garagem, as conversas com os avós, ajudar alguém. Viver algo que você acredita ser essencial sem precisar da aprovação alheia.

Dê uma chance para coisas que estão fora de moda, não alinhe a rota do seu barco por aquilo que estão falando, e nem pelo que eu estou falando, mas pense se seus rumos estão levando você a viver ou sua rota é a tediosa manutenção da existência, um suceder de dias vazios em sem sentido, sem rumo.

Já disse o Cortella: a vida é curta, mas não precisa ser pequena.

Não tenha medo de se mexer, não tenha medo de arriscar, mas tenha medo de passar a vida vendo a vida passar.

Quem luta já venceu a indiferença, e isso é muito bom. A indiferença deixa os projetos no papel, cala os sonhos e rouba os sentidos.

A indiferença é a morte enquanto há vida, então dou as mãos para Winnicot: “Oh Deus, que eu esteja vivo no dia da minha morte!”

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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