Maurício Cavalheiro 18 de outubro de 2021

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só eu tenho a chave
do santuário das aflições
onde guardei pedras agudas

algumas têm miasmas
outras emboloradas
resistem à extinção

no santuário há um espelho
onde me vejo e desconfio
que o espelho sou eu

a imagem refletida diz
que sou uma fraude em minha vida
e que outras pedras virão

tentei fugir para as montanhas
morar na caverna, viver de brisa
não consegui

nesses pedregais pontiagudos
basta-me uma floração
para que a vida valha a pena

Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.

Imagem enviada pelo autor (pixabay)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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