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1 – Domingo da dignidade do Matrimônio, da Mulher e da Criança
Marcos 10,2-16

As aberrações do sistema capitalista, consumista e desperdiçador não afetam apenas a vida econômica, no que tange a produção e consumo de bens materiais. Todas as dimensões da vida humana e toda a convivência entre as pessoas, pouco a pouco, são contagiadas pela lógica do lucro, do consumismo, do descartável. É assim que a Religião se tornou artigo de consumo e negócio regido pelos ditames do mercado. É assim também que o Matrimônio perde o seu caráter de união estável e compromisso indissolúvel, passando as relações conjugais entre homem e mulher a reger-se pela lei do prazer descartável. E a Criança, que, de certo ponto de vista, não dá lucro, só dá trabalho e despesa, é vista, muitas vezes, como um empecilho indesejável e, também, coisa descartável. Daí a dupla atualidade da mensagem evangélica de hoje:

  • Casamento é coisa de Deus, realização plena da imagem e semelhança do Criador, um Deus-Amor-e-Fidelidade.
  • Criança é gente e, por sua fragilidade, merece uma atenção prioritária, como todos os “pequeninos”, a quem pertence, prioritariamente, o Reino.

A Assembleia dominical é, então, o momento privilegiado de celebrar essa visão e essas vivências (cume) e de fortalecê-las, inclusive, por um canto capaz de expressar a ternura e a fidelidade de Deus, que precisam brilhar na vida dos casais e na maneira de tratar as crianças (fonte).

 

2 – DOMINGO DA ENTREGA INCONDICIONAL
Marcos 10,17-30

No caminho de Jesus, além das multidões rudes e estropiadas, gente tachada simplesmente como “pecadores”, aqui e acolá, acorriam-lhe também pessoas “de bem”, gente “decente” e de “boa aparência”.
É possível que fossem pessoas tocadas pelo que de especial Jesus deixava transparecer, pelo algo mais que sua mensagem sugeria, por inquietações que a postura e a palavra de Jesus nelas despertavam.
Foi a vez desse moço. Um “ficha limpa” inquestionável… Vem correndo. Cai de joelhos diante daquele que chama de “bom Mestre”. Sua pergunta tem a ver nada menos que com a “vida eterna”. Sua preocupação é saber o que fazer para ganhá-la. De cara, Jesus questiona essa história de chamá-lo de “bom”. Bondade, mesmo, é coisa de Deus.
Mas vamos lá, e lhe enumera os mandamentos que têm a ver com o amor do próximo. Para o moço, isso não é nada. Sempre fez tudo certinho. Sem mencioná-los, Jesus parte para o que tem a ver com os primeiros mandamentos, o amor a Deus sobre todas as coisas. Só lhe faltava “uma coisa”: vender tudo quanto possuía e dar o dinheiro aos pobres. E esse detalhe era tudo. Aí é que a “vida eterna” se manifestaria na sua vida, já agora: deixando tudo quanto possuía, deixava-se possuir por Deus e sua Bondade.
E o papo terminou aí. O restante da conversa ficou para os discípulos, espantados com o que viram e ouviram.
Nesta celebração, aqui e agora, nosso canto e nossa comunhão na Ceia do Senhor terão a força de nos ajudar a praticar a radicalidade do amor?…
E a proposta de Jesus é tanto para os Ministros da Economia e do Banco Central, com suas offshores e seu nomes nos Pandora Papers, como para você e para mim, que aqui e agora, estamos chegando e sendo surpreendidos, igual ao aos apóstolos… A “vida eterna” acontece lá onde há disponibilidade para se ser solidário/a com quem precisa.

Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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