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Quando o sol se apagou, o homem acendeu os olhos. A mulher arrastava os pés da cozinha para a sala, da sala para o quintal e, no vai e vem de suas dúvidas, viajava por toda a casa, sempre cansada, cansada sempre.
O galo cantou em algum lugar do passado. O sino, com voz de dono, chamou para a missa. Senhor dos ventos atravessou as paredes da casa. O ateu praguejou.
Olhos sem luz, olheiras profundas, um pensamento estragado entre o é, o foi e o será.
Chorei tantas e várias vezes, muitas, chorei pelo homem perdido, pela mulher cansada, por todos os homens e mulheres que construíram um passado e perderam suas origens em cada fim de história. Igual à minha caminhada – assim… assim…
Obs: A autora é poetisa, escritora contista, cronista, ensaísta brasileira.
Faz parte da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Academia de Letras e Artes do Nordeste, Academia Recifense de Letras, Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda, Academia Pesqueirense de Letras e Artes , União Brasileira de Escritores – UBE – Seção Pernambuco
Autora dos livros: Em ponto morto (1980); A magia da serra (1996); Maldição do serviço doméstico e outras maldições (1998); A grande saga audaliana (1998); Olho do girassol (1999); Reescrevendo contos de fadas (2001); Memórias do vento (2003); Pecados de areia (2005); Deixe de ser besta (2006); A morte cega (2009). Saudade presa (2014)
Recebeu vários prêmios, entre os quais:
Prêmio Gervasio Fioravanti, da Academia Pernambucana de Letras, 1979
Prêmio Leda Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras, 1981
Menção honrosa da Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1990
Prêmio Antônio de Brito Alves da Academia Pernambucana de Letras, 1998 e 1999
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2000
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2010
Prêmio Edmir Domingues da Academia Pernambucana de Letras, 2014