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Hoje o evangelho proclamado em muitas comunidades trata da identidade de Jesus o Galileu. O evangelista João, 70 anos depois da ressurreição do mestre, reflete com seus paroquianos sobre quem é seu mestre. Jesus em vida não se identificava como Deus, mas como filho de Deus. Essa clareza de consciência ele foi adquirindo pouco a pouco. Com seus discípulos sempre se identificava como Filho daquele que chamava de pai, ABA. Essa relação ensinava a eles quando lhes orientava. Ao rezarem digam – Pai nosso, seja feita vossa vontade. Portanto, esse é um desafio para nós hoje, nossa identidade cristã. Temos certeza de sermos filhos do Pai, como Jesus tinha? Sim, se fazemos sua vontade, como Jesus fazia, ao curar cegos, cuidar dos sofridos, contestar a religião hipócrita dos líderes judeus. De que forma os outros nos identificam como cristãos? Só pela devoção e leitura da Bíblia?

Papa Francisco tem sua identidade revelada pela forma como enfrenta as questões da vida e das lutas do povo. Ao convocar o sínodo da Amazônia, por exemplo, ele quer fazer a vontade de Deus, nos convocando também a libertar os povos da Pan Amazônia de tantas violações de direitos. O Sínodo que aconteceu em outubro passado em Rom,  foi um exemplo. Chamou primeiro as comunidades católicas dos nove países da pan Amazônia para dizerem como vivem, de que sofrem e quais suas esperanças. Esse material foi estudado em três semanas por 180 bispos e mais outros convidados. Dali surgiu um livreto documento, com os compromissos assumidos a construir novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Entregaram ao Papa que agora, está escrevendo uma exortação assumindo as decisões do sínodo. Assim, para todos nós levarmos a sério uma forma de evangelizar, assumindo as lutas populares, a defesa da mãe natureza, protegendo a Amazônia e construindo solidariedade nas comunidades e na sociedade toda.

Escutemos um caso real que tem a ver com ecologia integral. Na semana passada, encontrei uma pessoa pobre, pedindo ajuda por estar desempregada e o marido trabalhar no sítio. Me contou que mora numa casa ali do bairro Minha Casa Minha Vida. Perguntei quanto ela pagava de prestação. Ela disse que não paga porque mora emprestado. A casa pertence a uma outra pessoa que tem casa num bairro central. Então ela contou que já tentou solicitar a posse da casa, a pessoa disse que não podia fazer isso, pois ela ganhou a casa no início da distribuição, mas que deixava ela morar lá de graça, emprestado. Aqui está uma injustiça social e moral, que atinge a ecologia social. Se o programa foi criado para dar moradia a quem não tem, como uma pessoa pode ocupar uma casa já tendo outra? Isto é um crime ecológico.

Este caso se assemelha ao dos vereadores de Santarém. Eles fazem justiça só para si. Aumentaram seus salários sem perguntar a seus eleitores se era justo. Não gostaram quando dois jornalistas denunciaram a mamata pelo rádio. Mas diga, foi justo eles defenderem causa própria? E contando de 1 a 10 quanto você avalia cada um dele?  Mas se prepare, daqui a uns meses a maioria estará pedindo seu e meu voto. Querem continuar no cargo. Você acha justo eleger vereador novamente, quem pouco ou nada fez pelo bem da população?

Está na hora de renovarmos totalmente a Câmara de vereadores e prefeitura, não acha? Então tá, pense na frente. JANEIRO 17, 2020

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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