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Sou uma missivista. Uma pessoa epistolar, como me disse um grande amigo. Desde menina, adorava ir aos correios postar cartas. E sempre aguardei o carteiro com ansiedade, que se transformava em alegria, mal tinha nas mãos a correspondência que me trazia.
Na adolescência curtia melhor ainda: escrevia lá mesmo, na grande agência da antiga Av. 15 de Novembro (hoje Rua do Imperador), em Petrópolis, sentada nas grandes escrivaninhas que ficavam à disposição dos usuários. E gostava de usar selos, mesmo depois que passaram a querer nos impor as máquinas certificadoras.
Ainda hoje, apesar de usar muito a Internet, escrevo cartas manuscritas, endereço os envelopes e vou aos Correios levando-as, como que buscando diminuir a distância que existe entre mim e os destinatários. É um ritual que me lembra a menina escrevinhadora que fui, e que sempre me renova a crença na boa comunicação interpessoal.
Pois pensando nisso tudo, recebo a notícia da privatização dos Correios com imensa tristeza. Acredito que o Brasil conseguiu manter um serviço de correios muito bom, até aqui e que lá se vai mais uma empresa séria, engolida pelos canalhas que transformam tudo em matéria descartável.
Uma coisa a mais que me afasta da esperança… 05.08.21