1.Família é a relação de afeto que existe entre pessoas que se escolhem que pode ter ou não ter laços de sangue e acerto jurídico. Mas, nem sempre foi assim e, nem todo mundo quer que seja assim. Na sua origem, família vem de famulus = criado. A família era a criadagem do homem, dono da propriedade que tinha mulher e filhos para cuidar dele e manter seu patrimônio, com ou sem laços de afeto.

2.A irmandade nascida dos laços de sangue é uma importante ligação. Ela carrega muitos significados: herança genética, convívio, construção social e cultural, amizade, cumplicidade, histórias, obrigações legais…. Junto com isso, traz também disputas e discórdias, como em famílias reunidas em torno de interesses, nobres ou ilegais, regidas por contrato ou juramento e que preveem repartição de ganhos.

3.O comum é pensar na família tradicional que já nasce cheia de normas, hierarquias e discriminações. Nessa visão, vale mais o costume, o status, a aparência externa que a amizade e o diálogo. Esse tipo de família serve para o controle social, a manutenção de privilégios internos e externos e a garantia da ordem estabelecida na sociedade. Pensar e agir diferente é tornar-se a “ovelha negra” que se rebela.

4.Mesmo em famílias tradicionais ou juntadas por documento, se experimentou relações de puro afeto, amizade, respeito, diálogo. Mais que isso, brotou famílias unidas pelo companheirismo, mais forte que o laço de sangue. Se fazem pais, mães, irmãs, irmãos por uma causa, entrelaçam seu projeto de vida a um projeto comum. Forjam uma relação tal onde são capazes de doar própria um pelo outro.

Família: Criadagem, herança, escolha?
26 de julho de 2021