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Bom dia ouvinte e bom dia Cíntia e ítalo. A tradição nacional espera que se celebre o dia da pátria, lembrando o discutido grito de independência do Brasil. Celebrar nossa independência hoje parece piada de mal gosto. Por exemplo, a maior metrópole da Amazônia, Manaus vive o drama do desemprego em massa, com milhares de famílias esperando pelo auxílio emergencial. Pergunta que não pode calar: Por que o governo não cria a renda básica para todos brasileiros, que hoje vivem com renda abaixo de 3 salários mínimos? Bastava o governo realizar uma reforma dos impostos e cobrar mais dos ricos, empresários e Bancos. Mas não, eles nem pensam em mexer com os imensos lucros dos ricos. Bastava exigir justos impostos das fábricas da zona industrial de Manaus, como exemplo.
Como o governo não faz justiça, tenta iludir os pobres de toda a Amazônia com a mixaria de 300 reais até dezembro. Mais sério é que muitos pobres acham que o presidente é generoso, quando há quem diga que esse auxílio emergencial é pura jogada do Bolsonaro para ser reeleito presidente em 2022.
Enquanto isso, na Amazônia aumenta o tráfico de drogas, que é uma fonte de renda de poucos que ficam ricos e os pobres que repassam as drogas para os ricos das cidades, ficam com pequeno ganho e o risco de serem presos pela polícia, ou mortos por acerto de contas. Outro agravante desse aumento de pobreza, são os riscos de violência aos direitos humanos.
O caso das mortes e perseguições da polícia amazonense no rio Abacaxis é um exemplo. Foi há alguns dias que o terror chegou aos pobres moradores da região de Nova Olinda, mas merece reflexão. Assim falou o arcebispo de Manaus Dom Leonardo Stein: “Fomos informados das dificuldades, das mortes, da violência e nós queremos partilhar com a sociedade, para que possamos encaminhar isso de maneira justa. Étarefa do Estado, e do governo, dar segurança às populações indígenas, mas também às populações ribeirinhas”, algo que não só não está acontecendo, como a Polícia Militar é quem está fazendo com que a violência aumente”.
Portanto, além da crise da pandemia do covid 19, que continua matando pessoas, também sofrem os pobres a epidemia da miséria e das agressões aos direitos humanos. Não podem eles, elas e nós ficar calados e conformados com um auxílio tão mesquinho e apenas até dezembro sem melhorar a vida. 07.09.2020
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.