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1 – DOMINGO DO PÃO DA VIDA
João 6,24-35

A multidão saciada pelo pão misteriosamente multiplicado volta a Jesus, infelizmente, não por haver entendido o “mistério”, o sentido mesmo do “sinal”… Vem atrás de mais pão, do pão fácil. Não se deu conta de que tudo foi possível porque alguém, um menino, colocou à disposição de todos o pouco que tinha. Alguém que acreditou na palavra e no poder de Jesus… Ele, sim, é o Pão vivo, descido do céu, capaz de dar vida ao mundo… Alimentar-se dele é abrir o coração para sua mensagem de solidariedade e partilha, capaz de transformar este mundo eivado de egoísmo, injustiça e violência, num mundo de amor, de fraternidade, de justiça e de paz, Reino de Deus!

Nosso encontro com Jesus, hoje, nesta celebração, é uma bela oportunidade de abrirmos ainda mais os olhos, a mente e o coração para o sentido profundo do “sinal”. E nosso canto deverá ser capaz de nos fazer experimentar, na alegria, o sabor divino deste Pão, que nos vem alimentar com os nutrientes do Reino.

Nesses dias de esperança, em que os Movimentos Populares, Sindicais e Políticos vêm, já por 4 vezes, se mani-festando contra a “política da morte” comandada por quem ocupa o Palá-cio do Planalto, escutemos Papa Francisco. Em visita a nosso Continente (Bolívia, 9.07.2015), ele diz às pessoas e grupos da Igreja: “Não im-porta a quantas missas de domingo você foi, se você não tem um coração solidário. Se você não sabe o que es-tá acontecendo em sua cidade, sua fé é muito fraca, está doente ou morta.” E convidou bispos, padres e agentes pastorais a mudarem a compreensão que muitos ainda têm da missão da lgreja. Não é cristã uma Igreja voltada para si mesma e cujo trabalho seja meramente “religioso”. O papa afirmou fortemente que toda a Igreja deve estar disposta a “acompanhar as pessoas que buscam superar as graves situações de injustiça que sofrem os excluídos em todo o mundo”.

­PAPA FRANCISCO

aos Movimentos Populares do Mundo:

Nas vossas cartas e nos nossos encontros, relataram-me as múltiplas exclusões e injustiças que sofrem em cada atividade laboral, em cada bairro, em cada território. São tantas e tão variadas como muitas e diferentes são as formas próprias de as enfrentar.

Mas há um elo invisível que une cada uma destas exclusões: conseguimos nós reconhecê-lo? É que não se trata de questões isoladas. Pergunto-me se somos capazes de reconhecer que estas realidades destrutivas correspondem a um sistema que se tornou global. Reconhecemos nós que este sistema impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza? Se é assim – insisto – digamo-lo sem medo: Queremos uma mudança, uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos… E nem sequer o suporta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco.

Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; mas uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença.”(Expo Feira de Santa Cruz de la Sierra – Bolívia – Quinta-feira, 9 de Julho de 2015).

Notícia da semana: O paulistano e entregador de aplicativo Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido “Galo”, se apresentou voluntariamente, às 12h desta quarta-feira (28), ao 11º Distrito Policial de Santo Amaro. Ele participou do incêndio da estátua de Borba Gato, um “bandeirante” famoso, que fez fortuna, na segunda metade do século 18, ao caçar indígenas pelos sertões do país para escravizar.  A ação faz parte de um movimento de ações que defendem a derrubada de monumentos que exaltam personagens da escravização de povos afrodescendentes e indígenas: “Revolução Periférica” (dados do Google).

Enquanto isso, continuam impunes, nos Palácios e Ministérios, quem é responsável por quase 600 mil mortes pela pandemia do Covid-19. Sem a pressão popular, a CPI do Senado conseguirá passar a limpo esta história?

Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

Vídeo enviado pelo autor.  

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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