Que a esperança seja renovada para todos. Precisamos entender que existe um mundo além da Covid-19. É necessário acreditarmos e termos fé, para que possamos  dar continuidade a vida. Apesar da tristeza trazida pela partida de muitos irmãos para a vida eterna e oportunamente oramos para que todos tenham sido recebidos sob muita luz e paz, não podemos deixar que nossas vidas também sejam interrompidas. Lembremo-nos de Lucas (9:59-60) que relatou as palavras de Cristo, após um homem que fora convidado a segui-Lo e lhe dissera: “Senhor, deixa-me primeiro sepultar meu pai” e ouvira então de Jesus: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; porém, vá e proclame o Reino de Deus”.

Certamente para alguns parece que Jesus fora indiferente ao sentimento daquele homem que pedira apenas para sepultar o pai, contudo podemos compreender que Jesus queria apenas esclarecer, como nós dizemos hoje: “colocar os pingos nos is”. Jesus vem nos demonstrar que para as atividades fúnebres sempre há gente para tal atividade, contudo, para as atividades de Deus poucos são os disponíveis.

Ele nos deixou esse ensinamento: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Portanto, peçam ao Senhor da colheita que mande trabalhadores a Sua colheita”. Então vamos procurar segui-Lo, Ele é a prioridade, Ele é tudo, sem Ele não somos nada, somos apenas um zero à esquerda. Desse modo, como aprendemos nas nossas básicas aulas de matemática, somos de pouca significância, precisamos de Deus ao nosso lado, na nossa vida para termos algum valor.

Precisamos urgentemente de Sua luz no nosso caminho, para andarmos livres daqueles que só dão sombra e convivem, indiferentemente à vida, apenas com a morte. Parece-nos que esse é o sentido que Jesus nos deixou quando se referiu aos mortos enterrarem os mortos. Pessoas que não pensam no próximo, que visam lucros com a morte do irmão, que não tem sentimento humano, que enterram a ética e a moral, sem dúvida, segundo as palavras do próprio Cristo são pessoas mortas. Deixemos então que eles enterrem, não os nossos, mas os seus mortos.

Vamos contemplar a beleza dos nossos dias, apesar da perda de algum ente querido. Precisamos continuar a desfrutar a vida que nos fora dada e que todos os dias se nos apresenta como uma nova promessa, com o nascer do sol.

Vejamos que os pássaros continuam a gorjear, as flores permanecem a florir, a brisa insiste no duelo térmico com a temperatura procurando suavizar nossos dias. As crianças, apesar das máscaras, continuam a sorrir. Nossos pets parecem entender que estamos depressivos, por nos preocuparmos excessivamente com o passado, estressados pela insegurança do presente, ou ansiosos pela dúvida do futuro e assim se aproximam, mais ainda, de nós, nos trazendo conforto para a alma. E lembremos que nossos pets também precisam de nós, mas de nós inteiros emocionalmente, realmente dignos humanos e a cobri-los de carinhos, eles não só precisam de alimento e água.

Sim elevemos nossos espíritos, não nos deixemos seduzir por alguns mortos da impressa que só divulgam o que produz o terror, mortos governantes que continuam a se locupletar, mortas autoridades exercendo  tribunais de inquisição e injustiças, mortos  incrédulos em tudo, inclusive em si próprios. Enfim deixemos que essas fúnebres pessoas, insensíveis ao Reino de Deus, que enterrem os seus mortos e que nós possamos seguir Jesus. Ele nos quer felizes, irmanados na busca da paz, solidários na dor, mas firmes e fortes na busca do Seu Reino.

Vamos contemplar o que Ele nos presenteia a cada amanhecer e nos permite a reflexão do dia vivido, na tranquilidade de uma noite enluarada, para que possamos nos corrigir para um novo dia a seguir. Ele que nos permite sonhar e nos fortalece a cada dia, especialmente se tivermos fé.  Sim, há vida fora da covid-19.

Obs: O autor, Prof. Dr. Rômulo José Vieira é Acadêmico da Academia de Ciências do Piauí; Acadêmico da Academia de Medicina Veterinária do Piauí; Acadêmico correspondente da Academia de Medicina Veterinária do Ceará; Acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Medicina Veterinária.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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