Na opinião de especialistas, na medida em que se consolidar o ensino híbrido (com atividades presenciais e à distância), os estudantes serão mais protagonistas de sua aprendizagem, terão contato com diferentes fontes de conhecimento, se envolverão com atividades extra-classe e tudo isso é bem-vindo para uma formação mais humana.
Até aí, tudo bem. Mas como fortalecer e construir os laços de afetividade e o conhecimento da realidade e das necessidades dos estudantes sem a sua presença física ou com menor presença?
No vídeo a seguir, a autora apresenta pistas para que professores e professoras possam oferecer condições mais favoráveis aos estudantes, despertar a motivação, o empenho e o interesse na sua construção de conhecimento a partir do ensino híbrido. https://youtu.be/Y2Mhs1FNpJU?t=74
A pesquisadora Patrícia Ferreira Campos, em artigo “O ensino híbrido e a afetividade no processo de aprendizagem”, apresenta pistas:
“O aluno permanecerá motivado a partir do momento que o conteúdo lhe desperte o gosto e o prazer. As experiências agradáveis vivenciadas numa sala de aula nunca serão esquecidas, a memória consolida os momentos marcantes. A aprendizagem é facilitada quando há envolvimento das partes, ou seja, as relações devem ser acolhedoras, respeitosas com o objetivo de despertar no aluno a confiança e a superação para os desafios. O papel do professor/instrutor é de extrema relevância para a permanência do aluno, especialmente porque tem a função de encantar com o conteúdo apresentado”.
Os aprendizes devem ter novas habilidades para serem capazes de estudar em ambientes informatizados de aprendizagem. Esperam-se novas atitudes e são propostas novas atividades nos ambientes de aprendizagens virtuais, como aprender de modo autônomo, desenvolver estratégias de estudo adequadas, e utilizar e explorar novos recursos de comunicação. Esperam-se ainda insights pedagógicos do aprendiz virtual, confiança no uso da tecnologia e motivação extra para os estudos”.
Leia mais: http://www.abed.org.br/congresso2020/anais/trabalhos/53519.pdf
Como podemos observar, embora haja o amplo reconhecimento de que a afetividade seja um componente importante nas aprendizagens também no mundo virtual e na educação de forma remota/híbrida, há poucas pistas de como fazer com que ela seja uma constante, tanto na abordagem dos conteúdos quanto na relação dos sujeitos aprendentes: estudantes e professores.
Para que aprendizagens significativas ocorram, parece ser importante continuarmos perseguindo a ideia da importância da afetividade na aprendizagem. São os novos desafios que se impõem à educação, em tempos em que pandemia e isolamento social desafiam também as famílias, os sistemas escolares, os estudantes, os professores e as professoras, em todos os aspectos, também naqueles de aprendizagem.
Sugestões de leitura: Gládis Pedersen, pedagoga e escritora, Convidada do site, editou, em 3 livros, interessantes reflexões sobre habilidades socioemocionais e sobre os desafios de trabalhar com adolescentes e jovens: “Educação, a Arte de Manejar o Caráter”, “Cartilha para os Pais” e “A Vida por um Fio”, sobre a tendência atual de suicídio na infância e juventude. Conheça estas e outras publicações no site: https://www.olseneditora.com.br/product-page/a-vida-por-um-fio
20/05/2021
Obs: O autor é professor, escritor e ativista em direitos humanos, desde Passo Fundo, RS