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São tantos os fatos prejudicando as vidas das pessoas e da mãe natureza, que é necessário analisar um tão grave neste país tão rico e tão pobre. É a crise hídrica que vivem as populações.
O grave conflito é entre cuidar da geração de energia elétrica e cuidar das vidas humanas; entre atender a economia do país e o cuidar das águas que sustentam a vida.
Vários motivos climáticos e humanos provocam falta de chuvas no centro e sul do país. Com isso, os rios daquelas regiões diminuem seu nível de água. Ao mesmo tempo, 80 por cento da energia elétrica no Brasil é gerada por hidroelétricas, que dependem das represas dos rios. Mas não só no sul a falta de água nas turbinas causa problema de falta de energia. Na Amazônia também os cursos dos rios estão diminuindo, por causa de tantas barragens hidroelétricas que afetam o fluxo normal das águas. Dois casos ilustram a crise hídrica na Amazônia.
No rio Xingu está a segunda maior hidroelétrica do país, Belo Monte. Como o ciclo daquele rio é bastante variável, com muita água na enchente e grande baixa de água no verão amazônico, a empresa responsável pela mega usina de Belo Monte, construiu uma primeira barragem, bloqueando toda a região da chamada volta grande do Xingu. Com isso, garantiu água bastante durante todo o ano nas turbinas, mas secando toda uma região rio abaixo e prejudicando milhares de ribeirinhos, fauna e flora do rio. Foi preciso a justiça federal nos últimos dias obrigar a empresa liberar água rio abaixo para garantir a vida. Pode faltar eletricidade, mas não pode matar pessoas e natureza.
Outro caso da prevalência da economia sobre a vida é do rio Tapajós. Aqui, em plena cheia amazônica, o nível das águas está 24 centímetros abaixo do que foi 12 anos antes. Uma provável causa desse desastre são quatro grandes barragens hidroelétricas construídas no rio Teles Pires, que lança suas águas no rio Tapajós. Com tantas barragens não pode haver equilíbrio na natureza.
Para compensar a crise de energia elétrica, o governo aumenta a tarifa de todos os usuários de energia elétrica no país. Isto é, danem-se os brasileiros e salvem as empresas de hidroelétricas. Até quando, José? Notícia para Red 30.06.2021
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.